Viver em um país diferente nem sempre é um conto de fadas - muitas vezes os estudantes encontram dificuldades. Saiba como superá-las
Viajar para o exterior pode parecer um sonho para a maioria das pessoas. Mas, muitas vezes, a tão esperada viagem torna-se um pesadelo. Dificuldades sempre existem, seja antes do embarque, durante a viagem e até mesmo na volta para casa. Mas saber superar essas dificuldades torna o estudante mais maduro, além de colocar em sua bagagem muitas histórias para contar.
Como se preparar para a viagem
"As dificuldades podem começar antes do embarque", alerta Cecília Cristina, da Intercâmbio Global. "Principalmente quando o aluno não é orientado adequadamente sobre o cronograma para embarque, para preparar o passaporte, vistos, vacinas, reserva de passagens, de curso ou de hotel - tudo isso deve ser preparado com antecedência", explica. Pode parecer simples, mas ter esses documentos em mãos exige tempo.
Faça sempre uma lista com documentos, roupas e objetos que vá precisar para a viagem. Confira tudo antes de sair de casa. (veja abaixo a lista do que deve levar)
No aeroporto, passagem em mãos, é sempre bom chegar, pelo menos, duas horas antes. Assim, o estudante garante seu lugar no vôo (evitando possíveis overbookings) e tem tempo de sobra para resolver qualquer problema. Mais importante ainda: não se descuidar, nenhum segundo, da bagagem e bolsa de mão. "Tivemos um funcionário que, no dia do embarque, deixou a maleta em cima do carrinho por um minuto e, quando virou a cabeça, já estava sem nada: sem passaporte, dinheiro, tudo. E não pôde viajar. Aí já começou o sofrimento", lembra Cecília.
Durante o vôo, é preciso ter alguns cuidados. "É bom não se exceder em bebida alcoólica, pois isso altera a pressão sanguínea e a pessoa pode passar mal". Roupa é outro item importante. "A pessoa deve estar vestida adequadamente para enfrentar a imigração lá fora. Mas roupa leve, principalmente em vôos longos, é fundamental", aconselha. Além disso, leve sempre um calçado confortável. Por causa da pressão durante o vôo, os pés incham e, na hora de colocar o sapato para sair do avião, muitas vezes fica mais difícil - algumas vezes, até impossível.
Outra dica é levar sempre dinheiro trocado, para quando chegar ao país. "Quando cheguei ao aeroporto, era preciso pagar para pegar o carrinho de bagagem, mas eu não tinha dinheiro trocado", lembra Daniel Rocha, que viajou a Toronto em janeiro de 2002.
O que você vai encontrar em terras estrangeiras
Depois de horas dentro de um avião, pés em terra firme outra vez. Mas uma terra, muitas vezes, bem diferente de tudo o que você já viu na vida - e nem sempre tão aconchegante à primeira vista.
O frio pode ser o primeiro inimigo - principalmente para quem está acostumado ao clima brasileiro. Tudo fica mais difícil e a preguiça de sair de casa aumenta. A dica é não se deixar abater: cubra-se de agasalhos, luvas, gorros e o que mais for necessário e saia. Conheça lugares, visite museus e badale bastante. Normalmente, os lugares fechados são bem aconchegantes.
"São cheiros novos, frio, uma língua que a gente não entende direito, enfim, tudo diferente. E a adaptação a tudo isso vai depender de quanto a pessoa é madura para a situação, quanto ela está preparada para estar aberta a novas experiências e, principalmente, não pensar em quanto ou em quem ela deixou para trás", recomenda Cecília.
Saudade de casa
Saudade acontece com todo mundo. Cedo ou tarde. "A saudade da família bate quando você entra na rotina da casa e do país em que você está. Porque aí você começa a fazer comparações com a rotina que tinha antes", lembra Fernando Patrício, que esteve em Londres de 1993 a 1999. "As pequenas coisas são valorizadas: sua mãe te dando aquele beijo de boa noite, aquele prato especial que seu pai faz só para te agradar, as baladas com os amigos, a cachorra, tudo. Nesta hora tem que ser forte. Você fica meio deprimido, a vontade de voltar é grande, mas você tem que ter em mente que aquela é uma experiência única e precisa ser aproveitada. Abra uma caixa de Kleenex, enxugue as lágrimas e pronto! Dica: nesta hora, fique longe dos chocolates", aconselha Fernando.
"O que acontece, principalmente em programas de High School, é que os alunos podem sentir dificuldades em aceitar as novas regras da família", lembra Cecília. Aos poucos os estudantes percebem que, se de um lado, têm restrições, de outro, eles ganham espaço, como, por exemplo, poder cuidar de suas coisas do seu jeito.
A acomodação é um fator importante no bem-estar do estudante lá fora. E é preciso saber que, nem sempre, é possível encontrar um ambiente familiar. "Esse tipo de acomodação, principalmente em programas para adultos, tem como objetivo principal o contato maior o idioma e a vivência com a cultura do país", conta Mony Stenzel, da Intercâmbio Global. Mas não fique decepcionado: "Isso não quer dizer que não aconteçam, e até com certa freqüência, grandes amizades que duram, às vezes, a vida toda", diz Mony.
"Apesar da saudade, 99,9% dos alunos ficam e descobrem que eles podem superar as dificuldades. O primeiro dia de aula é complicado, porque não se sabe direito para onde ir, com quem falar, todo mundo fala muito rápido, parece um caos. Mas, aos poucos, isso vai melhorando, clareando, e a gente vai conseguindo se achar", conta Cecília.
Foi o que aconteceu com Fernando. "Quando cheguei, senti um certo desconforto por estar morando com uma família mais simples que a minha em São Paulo. Esperei alguns dias e notei que quem teria que se acostumar com o novo estilo de vida era eu. Eu não estava apenas fazendo intercâmbio para aprender um idioma. Estava aprendendo uma nova cultura, outros conceitos, outras prioridades", lembra Fernando.
A dica é viajar sabendo que pode encontrar diferenças de cultura, alimentação e às vezes até padrões de higiene diferentes dos nossos. Mas é bom estar ciente de que é o estudante quem deve se adaptar ao país, não ao contrário.
Apesar da saudade, é preciso ter cuidado: não tente matar as saudades passando todo o seu tempo com brasileiros. "Tem uma coisa que nunca consegui entender: sempre via brasileiros procurando por bares brasileiros, boates brasileiras, cafés brasileiros. Eu entendo procurar restaurante, por causa da saudade da comida da terrinha, mas se socializar com brasileiro no exterior? Para quê? Vi muitos alunos voltarem para o Brasil sem falar um frase correta em inglês. Isso tudo por causa da convivência diária com amigos brasileiros", conta Fernando.
Depois de ter aprendido muita coisa e ter na bagagem muita história para contar - além de amigos espalhados pelo mundo todo, a volta ao Brasil pode parecer, para muitos alunos, mais difícil do que a adaptação no exterior. "A readaptação para o Brasil no retorno foi mais difícil", lembra Fernando. Mas, neste caso, a solução é apelar aos amigos e família, que tornam tudo menos doloroso.
O que você não pode se esquecer de levar na viagem
Documentos
Passagens aéreas
Passes de trem
Passaporte e fotocópia
Carteira de identidade Carteira de motorista internacional
Cartões de crédito internacionais
Carta da escola Cheques de viagem
Seguro saúde internacional US$ 50 na moeda do país
Porta dinheiro Certidão de nascimento das crianças
Autorização para menores (que viajam sem os pais)
Voucher do hotel Voucher de aluguel do carro
Roupas
Sapatos e tênis
Meias (lã e naylon)
Roupas íntimas
Pijamas Calças
Bermudas e shorts
Saídas de banho
Saias
Cintos
Blazer
Camisas
Camisetas
Luvas, cachecol e gorro
Vestido
Bolsa
Higiene e beleza
Escova, pasta e fio dental
Aspirina
Pente e escova de cabelos
Cotonete
Algodão e band-aid
Creme para o corpo
Xampu e condicionador
Creme de limpeza
Desodorante
Talco
Protetor labial
Kit manicure
Kit de costura
Kit de barbear
Kit de remédios
Lenço de papel
Maquilagem
Perfume e colônia
Protetor solar
Pinça
Absorventes
Preservativos
Mais informações sobre cursos no exterior:
na Intercâmbio Global, ( 0xx11) 3887-8199.
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